terça-feira, 22 de junho de 2010

Não vivemos em um mundo ideal

Caro cabreuvano: em um mundo ideal, sua postura estaria plenamente justificada. Você não deveria ter por que se preocupar com o trabalho dos vereadores de sua cidade, porque todos eles estariam empenhados ao máximo na defesa das causas públicas, fazendo aquilo que lhes cabe fazer: primeiramente, fiscalizar as ações do Poder Executivo, sobretudo em relação à destinação do orçamento público; em seguida, propor leis que afetem positivamente a vida dos moradores.

Mas não vivemos em um mundo ideal.

Sem fiscalização e acompanhamento por parte de você, que digitou um voto na urna eletrônica nas últimas eleições, o trabalho dos vereadores fica desprovido de algo essencial para seu bom funcionamento: seu olhar crítico e disposto a cobrar, para que cada um cumpra realmente seu dever enquanto homem público.

Com freqüência, você reclama do serviço público da cidade: os ônibus são velhos, as creches estão lotadas, muitas ruas não têm asfalto e a saúde não apresenta as mínimas condições. Mas o que você tem feito para que essa realidade mude? Por que você é como a maioria dos brasileiros, que costuma repetir chavões como “todo político é igual”, “não adianta nada reivindicar”, “as coisas nunca vão mudar”, mas resume sua atuação política ao voto no dia das eleições? Se você não fosse tão acomodado, comparecesse às sessões da Câmara Municipal, e se interessasse em discutir aquilo que interfere diretamente em sua vida, que é a política, ficaria sabendo, por exemplo, que, no ano de 2010, tivemos apenas um Projeto de Lei de autoria dos vereadores aprovado na Câmara Municipal. Veja bem: temos nove vereadores, e, em, aproximadamente cinco meses de trabalho, um único projeto aprovado.

Das duas uma: ou você continuará a repetir os velhos chavões para justificar sua apatia política, ou procurará meios de intervenção e participação na esfera pública cabreuvana, meios que, de alguma forma, colaborem para a transformação positiva de nossa cidade.

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